domingo, 1 de julho de 2012
A ÉTICA DO SERVIÇO DE ENFERMAGEM
RESGATANDO A ÉTICA DO SERVIÇO DE ENFERMAGEM: QUESTÕES DO
ACOLHIMENTO AOS USUÁRIOS EM UNIDADES DE SAÚDE DA MATA
NORTE DE PERNAMBUCO
Maria Célia Oliveira Lopes de Souza
Secretaria Municipal de Aliança-PE
Endereço para correspondência:
celial@piernet.com.br
Lucineide de Andrade Silva
Secretaria Municipal de Camutanga-PE
Sandra Maria Gomes Ferreira Fernandes
Secretaria Municipal de Condado - PE
Orientadora:
Ana Maria Aguiar-Santos
Centro de Pesquisas Aggeu Magalhães – CPqAM/FIOCRUZ
Artigo apresentado ao Colegiado
do CPqAM para obtenção do
Título de Especialista em Gestão e
Política de Recursos Humanos em
Saúde
Recife, 2005
RESUMO:
Este estudo teve como objetivo investigar fatores que influenciam no
acolhimento aos usuários do SUS, pelos serviços de enfermagem, relacionando a ética
profissional. A metodologia utilizada foi o estudo descritivo, com abordagem
quantitativa e qualitativa, através de entrevista utilizando um questionário com
perguntas fechadas e abertas. O estudo teve como universo 48 auxiliares e técnicos de
enfermagem de Unidades de Saúde da Mata Norte de Pernambuco. Avaliou-se o perfil
destes profissionais, suas dificuldades no ambiente de trabalho, além das suas
perspectivas sobre as questões éticas inerentes à sua prática profissional.
Os resultados apontaram que estes profissionais de saúde, são em sua maioria do sexo
feminino (89,6%), com faixa etária de 36 a 44 anos, casados, concluíram o 2º grau,
realizaram seus cursos nos últimos 4 anos, ingressaram na rede pública de saúde
através de concurso público, com tempo de serviço de 11 a 20 anos, possuíam apenas
um vínculo empregatício, com até 48 horas de trabalho semanal.
Os dados mostraram como principais dificuldades para um bom acolhimento aos
usuários do SUS, a falta de união na equipe de trabalho, má remuneração, falta de
cursos e treinamentos. Ao mesmo tempo, os profissionais indicaram que a
resolutividade dessas questões deve melhorar as suas práticas profissionais. O
conhecimento sobre atendimento humanizado, além da informação dos direitos e
deveres que regem a ética de enfermagem é de domínio da grande maioria dos
entrevistados.
Palavras-chave: acolhimento; atendimento humanizado; ética de enfermagem.
INTRODUÇÃO:
Um usuário é qualquer pessoa que recebe ou usa o que é produzido pelo
funcionário – ou cujo sucesso ou satisfação depende de suas ações. Desta forma,
teoricamente, o sucesso do atendimento está intimamente ligado à ação do
atendimento do funcionário satisfeito e do paciente. 1
Uma prestação de serviços em saúde comprometida com a humanização
transcende questões relacionadas apenas à expressão de sorrisos, alegria e “aceitação
incondicional do paciente”. A razão e o sentido de uma intervenção humanizada trarão
em seu cerne uma nova visão de instituição de cuidados. Sua definição será a de um
espaço de convivência que acolhe, cuida e possibilita a utilização de diversos recursos,
enfatizando um projeto de invenção social e não se focalizando na doença. O ser
humano não nasce quando adoece. Para o profissional de saúde, certamente conhecer o
caminho percorrido pela doença tem seu valor. No entanto, o valor do trabalho de
quem cuida está na possibilidade de estabelecer um encontro com quem o procura.
Algumas questões precisam ser enumeradas, a saber: O que de fato caracteriza uma
prática humanizada? O que seria humanização no âmbito da saúde? Pode-se falar em
humanização sem inseri-la em outras questões da área? Respondê-las talvez não seja
possível, porém articulá-las na discussão se revela como possibilidade de
aprofundamento. Pode-se então afirmar que o conceito de humanização é articulado às
políticas de saúde, ao modo pelo qual se concebe qualidade de vida, saúde e cidadania.
É a partir dessa articulação que se pode pensar a construção de uma prática
humanizada.2
Os profissionais de enfermagem devem possuir uma visão mais holística do ser
humano, o que permite ao profissional reconhecer suas próprias responsabilidades e
deveres para com o outro, orientando de forma ética seus comportamentos.3
É importante e curioso apresentar alguns pontos de ética, citados como fazendo
parte do “censo – comum” relativo às atividades de enfermagem: Respeitar as
confidências feitas pelos pacientes durante o serviço; Respeitar sempre a intimidade
dos seus pacientes; O bom atendimento ao enfermo não permite que haja preconceito
de qualquer natureza; Nunca fazer “diagnóstico” ou indicar medicações para quem quer
que seja: esta prática é ilegal. Estes pontos, dentre inúmeros outros, deverão fazer parte
do dia-dia e serem observados com rigor e exatidão. 4
Ao mesmo tempo, o profissional de enfermagem precisa ser consciente que o
paciente necessita de atendimento, de assistência e, principalmente, de profissionais
5
que tenham atenção, carinho e não apenas um remédio numa bandeja, de hora em hora,
e que não só entrem no seu quarto para fazer um curativo quando já não dá mais para
suportar o curativo molhado ou apenas para trocar os lençóis quando o paciente não
tem controle de suas necessidades fisiológicas: que sejam pessoas humanas acima de
qualquer outro fator, que olhem naquele indivíduo o colega, um irmão de sangue, um
indivíduo que precisa de alguém.5
O acolhimento é um elemento essencial do atendimento, para que se possa
incidir efetivamente sobre o estado de saúde do indivíduo e da coletividade. O
acolhimento consiste na humanização das relações entre trabalhadores e serviço de
saúde com seus usuários, entendida como essencial ao processo de co-produção da
Saúde, sob os princípios orientadores do SUS (universalidade, integralidade e
equidade).6
O acolhimento surge no centro das propostas de reorientação da atenção à saúde.
Ele tem sido analisado como processo e estratégia fundamental na reorganização da
assistência em diversos serviços de saúde no país, buscando a inversão de modelo
técnico-assistencial de modo a contemplar o principio da universalidade no
atendimento e a reorganização do processo de trabalho. Trata-se de um dispositivo que
vai muito além da simples recepção do usuário numa unidade de saúde, considerando
toda a situação de atenção a partir da sua entrada no sistema.7
É importante salientar que quando falamos em melhoria da assistência à saúde,
não estamos falando somente em competência técnica, mas em assistência humanizada
onde esteja presente a concepção do homem como um ser biopsicosocial, inserido num
contexto histórico e social e que tem vontade e opinião própria, e acima de tudo que
merece ser tratado como ser humano e como cidadão com um atendimento de
qualidade, integral e humanizado.8
A Constituição Federal (Brasil, 1988) estabeleceu como competência do SUS
“ordenar a formação de recursos humanos na área de saúde”. Apesar de o discurso
oficial apontar a questão dos recursos humanos como fundamental para a reformulação
do velho e a implantação do novo sistema de saúde, basta um olhar superficial sobre a
realidade para constatar o oposto. Os baixos salários, a inexistência de planos de
carreira, a contratação sem parâmetros de lotação, a bipolaridade da força de trabalho
em saúde, são dentre outros, sinais da baixa prioridade que os governos têm dado ao
setor de Recursos Humanos.9
Neste contexto, esta pesquisa pretendeu investigar e avaliar, a manifestação de
dificuldades nas atividades profissionais e na inter-relação do dia-a-dia entre auxiliares
6
e técnicos de enfermagem com seus usuários, ou seja, a questão do acolhimento. Ao
mesmo tempo, pretendeu contribuir para o incremento da qualidade da assistência
prestada aos usuários do SUS, onde foram investigados fatores que influenciam no
acolhimento dos mesmos, pelos serviços de enfermagem, relacionando a ética
profissional, em Unidades de Saúde Municipais da Mata Norte do Estado de
Pernambuco.
METODOLOGIA:
Tipo de Estudo:
Trata-se de um estudo descritivo, com abordagem quantitativa e qualitativa.
Foi utilizado a técnica da entrevista, através de questionários com perguntas fechadas
e abertas.
Local do Estudo:
Este estudo foi desenvolvido em 3 (três) municípios da Mata Norte do Estado
de Pernambuco: Aliança, Camutanga e Condado.
Aliança: possui uma população de 37.053 habitantes. Tem como rede de saúde
municipal, uma Unidade Mista com 23 leitos, 09 Equipes de Saúde da Família e 04
Equipes de Saúde Bucal.
Camutanga: possui uma população de 7.844 habitantes. Tem como rede de
saúde municipal, uma Unidade Mista com 15 leitos, 03 Equipes de Saúde da Família e
03 Equipes de Saúde Bucal.
Condado: possui uma população de 21.797 habitantes. Tem como rede de
saúde municipal, uma Unidade Mista com 22 leitos, 08 Equipes de Saúde da Família,
08 Equipes de Saúde Bucal e 01 Centro de Especialidade Odontológica (CEO).
População Estudada:
Auxiliares e/ou Técnicos de Enfermagem das referidas Unidades Hospitalares
dos Municípios: Aliança com universo de 22 profissionais, Camutanga com universo
de 17 profissionais, e Condado com universo de 15 profissionais, onde 9 concordaram
em participar da entrevista.
Considerações Éticas:
O projeto do estudo foi submetido e aprovado pelo Comitê de Ética em
Pesquisa do CPqAM/FIOCRUZ (CAEE nº. 0742.0.095.000-05). Foi obtida a Carta de
Anuência dos responsáveis pelas Instituições de Saúde dos Municípios participantes
da pesquisa. Para a realização das entrevistas, foi elaborado, de acordo com a
7
Resolução 196/96, um Termo de Consentimento Livre e Esclarecido, que foi assinado
por todos os participantes do estudo.
RESULTADOS
Caracterização dos Entrevistados
Do universo dos 48 profissionais de enfermagem entrevistados nos 3
municípios constata-se que: a maior força de trabalho nesta área é do sexo feminino
(89,6%), e a faixa etária predominante foi de 36 a 44 anos. Em relação ao estado civil,
os casados foram a maioria nos municípios de Aliança (40,9%) e Camutanga (52,9%),
enquanto os solteiros predominaram em Condado (44,4%). Quanto ao nível de
instrução, a maioria concluiu o 2º grau (77,1%). Em relação à conclusão do curso de
auxiliar ou técnico de enfermagem, a maioria concluiu nos últimos 4 anos. O ingresso
da maioria destes profissionais na rede pública de saúde, se deu através de concurso
público. Quanto ao tempo de trabalho na Unidade de Saúde, a maioria dos
profissionais encontra-se em atividade de 11 a 20 anos. A maioria dos profissionais
possui apenas um vínculo empregatício, com uma jornada de trabalho de 30 a 48
horas semanal (68,8%). Em relação ao número de cursos e/ou treinamentos, a maioria
referiu ter participado de 1 a 3 após o ingresso na rede pública de saúde. A maioria
dos profissionais reconheceu a necessidade de melhor qualificação para realização das
suas atividades profissionais.
Condições de Trabalho
A respeito das dificuldades enfrentadas por estes profissionais, citadas como
justificativas para a não realização adequada das atividades profissionais, observa-se
por ordem de freqüência: a falta de união na equipe de trabalho foi apontada como a
principal, seguindo-se de má remuneração, insuficiência de cursos e treinamentos, não
reconhecimento e desmotivação do seu trabalho, falta de recursos materiais, falta de
recursos humanos e sobrecarga de trabalho (Tabela 1). Quanto às melhorias para a
prática profissional e conseqüentemente sua satisfação profissional, foram
mencionadas por ordem de preferência: melhores salários, seguindo-se em mesmo
plano, maior oferta de cursos e treinamentos e maior união na equipe de trabalho, e
posteriormente, seguindo-se de melhores condições de trabalho, mais recursos
humanos e diminuição da carga de trabalho (Tabela 2). Como dificuldades para
estabelecimento de um bom relacionamento entre o profissional de enfermagem e o
paciente, foram evidenciadas: a agressividade do paciente, a pressa em ser atendido,
8
motivadas muitas vezes pelo alcoolismo e pela ignorância. Também foram
mencionadas, a não aceitação da medicação e a intromissão dos familiares no
momento do atendimento. Quanto ao entendimento do que seja atendimento
humanizado praticado pelo serviço de enfermagem junto aos seus pacientes, a maioria
dos profissionais procurou conceituá-lo de diversas maneiras a seguir: atender bem,
escutar, cuidar, dar atenção, fazer os procedimentos, atender com amor, dedicação, ser
humano, dar carinho, atender com paciência, respeitar, conversar, dialogar, entender o
paciente em seu sofrimento (Tabela 3). Apenas um (1) profissional do município de
Condado, referiu não se sentir satisfeito com a profissão que exerce.
Aspectos éticos da prática profissional dos auxiliares e/ou técnicos de enfermagem
Apenas um (1) profissional do município de Condado assumiu não se
comportar naturalmente diante de um paciente com doença infecto-contagiosa. No
município de Aliança, dois (2) profissionais mencionaram não conhecer o Código de
Ética de Enfermagem. No município de Condado, dois (2) profissionais revelaram já
terem sido forçados a exercerem atividades proibidas por lei dentro das suas funções.
Também do município de Condado, um (1) profissional não “garantiu o atendimento
ao paciente sem qualquer tipo de discriminação”. A negação de atendimento por
motivos particulares, foi mencionada por dois (2) profissionais do município de
Aliança. Todos os profissionais afirmaram respeitar o pudor, a privacidade e a
intimidade do paciente, como também consideram um dever respeitar o paciente na
situação de morte e pós-morte. A maioria dos profissionais se mantém regularizado
com o Conselho Regional de Enfermagem (COREN).
DISCUSSÃO
Evidencia-se que a maioria dos profissionais de enfermagem estudados, já
concluiu ou está cursando o técnico de enfermagem, revelando assim, uma grande
aspiração desta categoria por uma ascensão profissional. Ao mesmo tempo,
reconhecem que a participação em cursos e treinamentos é uma necessidade para uma
melhor qualificação profissional, e conseqüentemente, um melhor desempenho das
suas atividades profissionais, por considerarem a área de saúde uma instância de
evolução constante. Foram mencionadas como as principais dificuldades para o
desempenho das suas atividades profissionais, a falta de união na equipe de trabalho,
seguindo-se de má remuneração e falta de cursos e treinamentos. Observa-se com
isso, que ao longo destes anos, o sucateamento dos serviços públicos de saúde não se
limitou às instalações físicas, equipamentos e a defasagem tecnológica, também os
trabalhadores de saúde passam por um processo de deterioração. 9 Demonstra-se o
pouco investimento dado à área de recursos humanos da saúde, tanto na sua
atualização profissional, como também, a falta de planos de carreira, cargos e salários;
Além disso, a maioria deles tem apenas um salário mínimo como piso salarial,
levando alguns deles a ter outro vínculo empregatício, comprometendo o seu
rendimento profissional. Ao mesmo tempo, como forma de melhoria para a prática
profissional, mencionaram como principais ações: melhores salários, maior união na
equipe de trabalho e a implantação de mais cursos e treinamentos. O desejo destes
profissionais em relação a esses aspectos do trabalho, merece atenção, pois apesar de
extrínsecos, a garantia destes aspectos proporciona oportunidades para que a
motivação do profissional seja refletida no alcance dos objetivos da organização.
Faz-se necessário, que os gestores dessas Unidades de Saúde entendam, que o bom
relacionamento no ambiente de trabalho precisa ser garantido, para que seja reduzida
ao máximo a insatisfação no contexto de trabalho. O sucesso do atendimento está
intimamente ligado à ação do atendimento do funcionário satisfeito e do paciente. 1
Evidencia-se nestas colocações, uma necessidade eminente de uma política de
recursos humanos mais efetiva, que valorize o profissional de saúde, como refere
Hennington apud Matumoto, o papel do trabalhador de saúde: “Este homem,
trabalhador de saúde, vive processos que interferem sobre o acolhimento, sobre seu
posicionamento na relação”. Refere-se aos processos de reconhecimento do seu
próprio trabalho, da percepção que tem de si como trabalhador, da representação de
seu local de trabalho, das condições em que realiza, da satisfação que pode ter dele.
usuário.
Como principais dificuldades para o estabelecimento de um bom
relacionamento, entre o profissional de enfermagem e o paciente no momento do
atendimento, a maioria mencionou a agressividade e a pressa em ser atendido,
motivadas muitas vezes pelo alcoolismo e pela ignorância. Diante destas e outras
dificuldades, Ramos (2003), coloca o acolhimento como um dispositivo interrogador
das práticas cotidianas, permitindo captar ruídos nas relações que se estabelecem entre
usuários e trabalhadores com o fim de alterá-las, para que se estabeleça um processo
de trabalho centrado no interesse do usuário. As definições dadas pelos profissionais
de enfermagem, sobre o entendimento a respeito de atendimento humanizado, revela
que a maioria já apresenta algum conhecimento sobre este tipo de atendimento, tornálo
em prática, se revela como um compromisso destes profissionais com o usuário que
procura pelo seu atendimento. Que o profissional de saúde de enfermagem tem que
conhecer que o paciente possui: “o direito ao atendimento humano, atencioso e
respeitoso”, levando em conta suas carências pessoais, emocionais, econômicas e não
apenas do cuidado dispensado à sua patologia.5 Na verdade cuidar é muito mais que
um ato, é uma atitude de “ocupação, preocupação, de responsabilização e de
envolvimento afetivo com o outro”, exigindo compromisso dos profissionais de
enfermagem com o semelhante. A enfermagem não pode nem deve dimensionar só a
doença, mas o indivíduo como um todo, o qual, por estar doente, precisa de cuidado
pessoal e especial.11 A satisfação profissional presente na maioria, foi definida como
sentir-se muito bem satisfeito, caracterizada por gostar do que faz, como também, de
ajudar àqueles que os procuram.
Apenas (dois) 2 profissionais revelaram não conhecer o Código de Ética de
Enfermagem. Em que pese não ser uma obrigatoriedade, o conhecimento do código
de ética de enfermagem por parte do profissional, é de importância capital, visto que é
o referido código que normaliza e regulamenta as atividades de enfermagem, bem
como lista os deveres e princípios que norteiam a conduta ética no exercício da
enfermagem, e o seu desconhecimento ou mera não-observância por parte do
profissional, pode implicar situações vexatórias ou até mesmo passíveis de punição
pelos órgãos da classe.3 Ser forçado a exercer uma função, que por lei lhe é negado,
foi experiência vivida por (dois) 2 profissionais, contribuindo assim para o não
cumprimento do Art.7º, do Capítulo II, que trata Dos Direitos –“Recusar-se a executar
atividades que não sejam de sua competência legal”.12 O atendimento sem qualquer
discriminação não é garantido por apenas um (1) profissional do município de
Condado, porém a maioria garante, faz cumprir o Art. 22, do Capítulo IV, que trata
Dos Deveres – “Prestar assistência de Enfermagem à clientela, sem discriminação de
qualquer natureza”.12 O respeito ao pudor, à privacidade e à intimidade do paciente
foi garantido por todos os profissionais, de acordo com o artigo 28, do Capítulo IV,
que trata Dos Deveres – “Respeitar o natural pudor, a privacidade e a intimidade do
cliente”.12 Todos os profissionais reconhecem o dever em respeitar o paciente na
situação de morte e pós-morte, por reconhecer que o ser humano é merecedor de
respeito, pelo momento de tristeza, de sofrimento, por serem profissionais de saúde.
Portanto, todos fazem cumprir o Art.32, do Capítulo IV, que trata Dos Deveres –
“Respeitar o ser humano na situação de morte e pós-morte”.12 Manter a documentação
legalizada pelo COREN, é compreendida pela maioria como um dever profissional de
enfermagem, pois o reconhecem como órgão que lhes oferece proteção legal, garantia,
segurança para o exercício da profissão; Com este compromisso assumido pela
maioria, fazem cumprir o Art. 74, do Capítulo VI, que trata Dos Deveres
Disciplinares – “Manter-se regularizado com suas obrigações financeiras com o
Conselho Regional de Enfermagem”.12 Aqueles que disseram que nem sempre se
encontram regularizados, referiram a dificuldade financeira como a causa deste não
cumprimento.
Os dados mostraram quais as principais dificuldades para o estabelecimento de
um bom acolhimento aos usuários do SUS, como também que a resolutividade destas
questões, devem melhorar as suas práticas profissionais e consequentemente a
satisfação profissional; o entendimento do que seja atendimento humanizado e o
conhecimento do Código de Ética de Enfermagem, podem ser considerados como
pontos facilitadores para a prática deste bom acolhimento. Espera-se que os
conhecimentos aqui gerados, possam servir como dispositivo importante à ser
utilizado pelos serviços de saúde participantes desta pesquisa, que tem como objetivo
prestar assistência aos usuários do SUS, garantindo acesso universal, resolutividade e
humanização do atendimento.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:
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10. PUPULIM, Jussara Simoni Lenzi e SAWADA, Namie Okino. O Cuidado de
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11. CONSELHO REGIONAL DE ENFERNAGEM - COREN-PE – Código de Ética
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