domingo, 1 de julho de 2012

A IMPORTÂNCIA DA COMUNICAÇÃO NA EXTENSÃO RURAL

Disciplina: Português Instrumental I Curso: Agropecuária Subsequente Aluna: Carla Veiga A IMPORTÂNCIA DA COMUNICAÇÃO NA EXTENSÃO RURAL Há consenso de que a Comunicação, na acepção ampla do termo, traz inúmeras contribuições, para se alcançar o tão desejado desenvolvimento sustentado do setor agropecuário, destacando-se, dentre elas, a que fala mais de perto do principal objetivo da Extensão Rural: trabalhar a fim de que produtores rurais e suas famílias participem do seu próprio desenvolvimento, aprendendo a identificar seus problemas e a debater, entre si, as experiências para a solução dos mesmos, sem falar da geração de emprego e distribuição da renda. No Serviço de Assistência Técnica e Extensão Rural, a comunicação deve, pois, ajudar na educação informal dos agricultores e, uma vez se conscientizando de seu importante papel, sentem-se mais seguros na condução de seus empreendimentos agrícolas. Na verdade, a Extensão Rural precisa colaborar, num trabalho com outros órgãos públicos e privados, para a solução dos problemas do homem e da terra, com vistas à melhoria de suas condições de vida. Para a Extensão Rural, o produtor rural não deve ser, apenas, um homem para cultivar lavouras e criar animais. Assiste-o consciente de que ele é, sobretudo, uma pessoa, um chefe-de-família, um cidadão, um membro de uma comunidade e participante do desenvolvimento socioeconômico e cultural do meio em que vive. Daí, a importância da comunicação que desperta, nos extensionistas, nos agricultores e famílias assistidos, a consciência de que o trabalho de Extensão Rural não é, simplesmente, quebrar a resistência do homem do campo, como que o obrigando a adotar práticas agropecuárias e gerenciais. E, para se obter êxito, no tocante à filosofia de ação, aos objetivos e às metas da empresa, e à eficácia em sua comunicação, com os clientes interno e externo, é de essencial importância a participação de todos os dirigentes e servidores. Importante frisar que a Comunicação, além de um instrumento de divulgação e promoção, é peça importante e fundamental, quando da transferência de tecnologias agropecuárias e gerenciais, mediante a troca de saberes extensionista/produtor rural, e na valorização dos clientes interno e externo. O Serviço Brasileiro de Assistência Técnica e Extensão Rural (Sibrater) usa os diversos meios de comunicação de massa, sem falar da comunicação interpessoal (diálogo com os agricultores), quando da troca de saberes (repasse de tecnologias agropecuárias e gerenciais), com vistas ao aumento da produção, produtividade das lavouras e da pecuária, da renda líquida, da geração de emprego, no meio rural, e, consequentemente, visando à melhoria das condições de vida das famílias sertanejas. O certo é que a Extensão Rural, por intermédio dos extensionistas, tem a comunicação como componente obrigatório na busca do desenvolvimento rural sustentado e não pode ser diferente, haja vista que, ao prestar serviços de assistência técnica e extensão rural, contribui para mudanças no comportamento de seu público-alvo e mudanças, segundo declaração de Nelson de Araújo Queiroz, no folheto “O Rádio na Extensão Rural”, são resultados de decisões e decisões só se tomam com base em informações. É dele, ainda, o pensamento de que, por meio do rádio, do jornal, da televisão, do filme - e acrescento – da comunicação interpessoal, o homem sai do seu isolamento para uma vivência cosmopolita, que altera hábitos, costumes e a própria cultura. Como a Extensão Rural exerce um papel fundamental, no meio campestre, pois trabalha com a educação não-formal dos agricultores familiares, precisa ter responsabilidade de formar um individuo/cidadão, sobretudo no mundo globalizado, com a visão de futuro, com novas habilidades e acompanhando o que se passa, também, fora da sua porteira. Em síntese: exercer o seu direito de cidadania. Isso, porém, somente é possível com o uso dos meios massais de comunicação, o interpessoal e o grupal. Frise-se, ainda, que a Extensão Rural não deve, nem pode, por meio da comunicação, seja lá de que modalidade for, manipular o seu público-alvo, como o fez nos tempos do regime discricionário, quando cumpria ordens, advindas dos escalões superiores, que empurravam os abomináveis “pacotes agrícolas”, elaborados em gabinetes refrigerados de Brasília-DF, num total desrespeito ao agricultor, não apenas como produtor rural, mas também como cidadão, pai-de-família sujeito (o correto) do seu desenvolvimento e não um mero objeto a ser manipulado por uma elite cultural e de elevado poder político e econômico, que se julgava com o direito de conduzir os destinos dos que não fazia (e ainda não fazem) parte da classe dominante no Brasil. Ante o exposto, mister se faz que a Extensão Rural, além de conhecer e aplicar os princípios sociológicos, psicológicos, antropológicos e éticos, aplique, também, os princípios da comunicação, pois o extensionista é, antes de tudo, um comunicador-educador e não um mero repassador (despejador) de inovações tecnológicas agropecuárias e gerenciais. Afinal, a comunicação, na extensão rural, é a principal ferramenta de trabalho do extensionista. E o extensionista deve estar consciente de que a comunicação é uma forte aliada, no trabalho diário, com as famílias rurais, na busca incessante por melhores condições de vida para a sofrida gente sertaneja, sobretudo os agricultores de base familiar, ou seja, que têm , na agricultura, a sua principal ocupação, para a velha lei da sobrevivência. Segundo estudiosos da Comunicação Rural, dentre os quais, destaca-se Juan Diaz Bordenave, a “Comunicação Rural deve ser entendida e praticada não para ocultar a realidade ou desviar os produtores de seus reais problemas, nem para controlar seu conhecimento sobre sua verdadeira situação e suas causas, mas para aproximar-se da verdade total, dos problemas concretos e condicionantes do desenvolvimento rural” E diz mais: “Somente quando concebida dessa forma, a comunicação rural contribuirá para dinamizar as potencialidades latentes e a criatividade, de análise crítica, de verdadeira participação e de expressão autêntica dos produtores. Por último, faço questão de citar, novamente, Bordenave, por afirmar: “A comunicação Rural conscientiza a população, para participar, ativamente, nos processos de mudança social e de construção de uma sociedade democrática e participativa”. Enfim, ouvir o que o público-alvo da Extensão Rural tem a dizer é a eficácia da comunicação. Isto, porém, nem sempre é praticado e fácil.

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